segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Caminho do MMA até Olimpíada passa por luta olímpica e distanciamento do UFC

Nada de Anderson Silva ou José Aldo. O caminho para que o MMA vira uma modalidade olímpica está bem longe do glamour e do dinheiro dos mega-eventos do UFC. Desde o início do ano, a Federação Internacional de Lutas (Fila) abraçou o vale-tudo, no primeiro passo para que as artes marciais mistas alcance o status olímpico. Em março, a Fila incluiu a disciplina em suas discussões e criou uma comissão para estabelecer regras factíveis para a modalidade. Para que a entrada nos Jogos fique mais próxima, a escolha foi usar o mesmo formato do boxe: no lugar de lutadores profissionais, amadores. E nada de golpes diretos na cabeça. Como no boxe olímpico, os atletas usam protetores na cabeça – e ainda ganham proteção nas pernas. Além disso, alguns golpes permitidos no MMA profissional são proibidos, como certas cotoveladas.
“Ainda é um processo longo, mas esse é o caminho. Sabemos que a inclusão de uma modalidade nova é complicada, então entrar em um esporte que já é olímpico é uma alternativa. Já falaram sobre a inclusão do grappling (espécie de jiu-jitsu sem quimonos), cogitaram a exclusão de alguns pesos da greco-romana. O MMA amador entra nessa mesma discussão”, diz Elisio Macambira, presidente da Confederação Brasileira de MMA e vice-presidente da CBLA (Confederação Brasileira de Lutas Associadas).
Apesar da ligação de Macambira com a CBLA, no Brasil as duas lutas são tratadas de forma diferente. “A popularidade do MMA é boa para a luta olímpica, trás visibilidade e novos praticantes. Mas não temos nenhuma ligação com o esporte ou com os eventos”, admite Pedro Gama Filho, presidente da entidade e fã confesso do MMA. Entre os atletas de luta olímpica, a possibilidade é tratada com cuidado. “Eu sou a favor, desde que as outras modalidades não sofram corte de gastos com isso. Que o investimento seja paralelo. Não concordo em tirar dinheiro de um atleta olímpico para promover o MMA amador”, opina Antoine Jaoude, maior nome da luta livre no Brasil atualmente.
“Atletas de MMA usam o wrestling [luta olímpica, em inglês] como complemento ao treinamento. Eu fazia o contrário. Como o MMA é profissional, luto para poder continuar no wrestling. Na luta, são dois campeonatos por ano. Então, usava outras modalidades para manter o ritmo de combate”, completa Jaoude.


Fonte: http://olimpiadas.uol.com.br/noticias/redacao/2011/10/24/caminho-do-mma-ate-olimpiada-passa-por-luta-olimpica-e-distanciamento-do-ufc.htm

Nenhum comentário:

Postar um comentário